quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Mais uma vez...


Tutorial da Economia I: o impacto da variação da taxa de câmbio na economia.

Para iniciar, irei explicar de forma sucinta, a interpretação de alguns termos que são pertinentes ao mercado cambial.

O principal termo utilizado é a taxa de câmbio, que significa a relação da moeda nacional com a moeda estrangeira, nesse caso, o dólar. É através da taxa de cambio que sabemos quanto precisaremos dispor de reais (R$) para se obter determinada quantidade dólares ($).

Nos jornais, normalmente, menciona-se que a taxa subiu ou caiu, isso às vezes causa certa confusão para algumas pessoas em relação a interpretação, pois quando a taxa cai, houve na verdade, uma apreciação ou valorização cambial, que significa que precisaremos de menos reais para se obter uma mesma quantidade de dólares. Assim, a expressão de queda da taxa, pode levar a falsa impressão de perda de força da moeda.

Por outro lado, quando a taxa sobe, temos uma depreciação ou desvalorização cambial, que significa que precisaremos de mais reais para se obter a mesma quantidade de dólares.

As forças que interagem nesse movimento de queda e alta dependem do regime de cambio adotado pelo país, no caso do Brasil, desde 1999, adotou-se o regime de cambio flutuante que vigora até hoje.

No regime flutuante, o cambio é determinado pelas forças da oferta e demanda da moeda no mercado, chamado mercado cambial. O Dólar ofertado é oriundo de investidores estrangeiros, exportação de bens e serviços, turistas e outros. Enquanto a demanda, provém de importadores, turistas brasileiros que vão ao exterior, empresas multinacionais que enviam lucros para os países de origem e outros.

Dessa forma, assim como um bem qualquer, se a demanda for maior que a oferta de dólares, tem-se uma pressão, o Real irá se desvalorizar, enquanto o dólar se valorizará, ocorrendo nesse caso uma depreciação cambial. Numa situação inversa, ocorre uma valorização ou apreciação do Real.

Além disso, há uma forte correlação da variação do dólar com os diversos indicadores macroeconômicos nacionais, por isso, em determinadas situações uma valorização cambial pode impactar positivamente ou negativamente no desempenho da economia.

Vale mencionar que uma moeda nacional forte favorece ao bem-estar da sociedade como um todo, pois os bens de luxo e de alta tecnologia, a maioria importados, ficam mais acessíveis, as viagens ao exterior mais em conta, alguns insumos importados como o trigo, para a produção de alimentos, reduz o preço de diversos outros, como pão carioquinha.

Entretanto, existem alguns problemas, ao longo prazo, que a apreciação cambial pode ocasionar para alguns setores da sociedade, por exemplo, os exportadores que recebem em moeda estrangeira, quando a Real se valoriza, há diminuição nos ganhos, assim muitos acabam desistindo ou falindo, podendo ocasionar um desaquecimento das exportações e ocasionando um déficit na balança comercial (exportações <>

Assim, quando ouvirem noticias sobre a alta ou baixa do dólar, saibam que sempre há um impacto no cenário econômico e que num cenário de longo prazo, poderá impactar no seu bolso.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Um absurdo!!!!!




        Eu acho que até uma pessoa do mundo do estilismo e moda é capaz de compreender que a Europa (quase totalidade) vem se arrastando numa crise sem "precedentes", os EUA tentando se reerguer, a China, por sua vez, teve o pior crescimento dos últimos 13 anos, (1999, foi quase 10%), enfim, quase todas as maiores economias em recessão ou quase, e os catedráticos de DAVOS vem dizer que os países do BRICS, dando ênfase no Brasil, perderam o Brilho? 

       Tudo bem que a relação comercial do BRASIL e com o mundo é irrisório, comparado ao PIB, ou seja ,nosso forte é mercado interno. No entanto, os Empresários e empreendedores em gerais, assim como investidores externos se deixam influenciar com as notícias nada favoráveis ao cenário econômico mundial - vejam que eles só investem com ajuda direta do governo, seja com incentivos fiscais ou com empréstimos a baixo custo e a perder de vista - dessa forma, ficam temerosos em investir contaminando, assim, todos os outros agentes econômicos, inclusive as famílias que passam a gastar menos e poupar mais e como consequências gera-se um desaquecimento interno da Economia.

   Mas se os catedráticos de DAVOS considerassem nossos indicadores econômicos internos ( inflação sob controle,reservas cambiais, taxa de desocupação) aproveitando, cito aqui alguns indicadores que o meu ex e brilhante Professor Francisco Aberto Oliveira escreveu no nosso Grupo de Economia no Face:

 “taxa de desocupação estimada em 4,9%, a menor para o mês de novembro desde o início da série (março de 2002) e a segunda menor de toda a série (a menor foi de 4,7% em dezembro de 2011); a população ocupada (23,5 milhões) estável em comparação a outubro e superior em 2,8% a novembro de 2011; o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) com variação de 0,69% em dezembro fechando ano em 5,78%, inferior ao do ano de 2011 (6,56%); e as Reservas Internacionais que no dia 24 de dezembro de 2012 estava em US$ 378.473 milhões.

    Então, eu pergunto será que esses “entendidos” de DAVOS levaram isso em consideração, ou fizeram uma análise pífia e abstrata consideração apenas o crescimento do PIB?
Ademais, citam o México como mais novo “queridinho” , agregando ainda, o que eles chamam de “velha guarda” : a Nigéria, Filipinas e Turquia. Agora eu pergunto, será que os catedráticos se deram o trabalho de analisar o crescimento desses países? Estão crescendo com solidez como nossa Economia? Ou a custa de endividamento, como é de praxe do México.
   O que posso concluir dessa matéria, considerando os sucessivos e grotescos ataques da Revista de Economist , além de declarações descabidas de outros líderes políticos com a nossa Economia ,em especial a equipe econômica do Governo, só pode ser conspiração, porque falta muitos fundamentos e coerência nessas noticias e ataques.

Eis aqui a matéria em questão: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1220841-para-davos-brasil-perde-o-brilho-e-brics-se-reduzem-ao-c-de-china.shtml

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

"Por que os Economistas erram?"

     




      
         Há pouco, deparei-me com uma indagação de um colega  no  facebook acerca da capa da revista Veja desta semana, que traz como assunto principal, os erros das previsões dos economistas e demais consultores da área.

         Venho então,postar minha resposta ao mesmo. Talvez contribua para outro colegas. 
Imagem retirada da internet.



        Não há muito de intrigante no que se refere a capa da Veja em relação aos comuns erros de previsões dos Economistas e seus agregados. Há muito, essa discussão está em pauta no meio acadêmico e profissional. 

        A questão é que há uma corrente da Ciência Econômica que acredita que seus modelos matemáticos com diversas variáveis econômicas são capazes - embora admitam uma margem de erro - de estimar precisos resultados pertinentes ao cenário econômico. A partir daí,  os resultados estimados são repassados aos tomadores de decisões, sejam eles, CEO,Ministro da Fazenda entres outros.

       Embora em casos mais específicos sejam eficientes, os modelos, acabam errando com mais freqüência, quando utilizados em uma análise mais MACRO. A explicação  se dá ao fato dos modelos serem baseados em "supostas " expectativas racionais, e a partir daí aplicam o método hipotético dedutivo usando a matemática. 

   Entretanto,sabemos bem que o comportamento da sociedade é algo bastante complexo e em algumas situações são efêmeros e isso corrobora bastante para erros.

  Contudo, existem Economistas que defendam outros métodos mais eficientes,como o celebre Nobel Paul Krugman, que contrário ao método hipotético-dedutivo,próprio de ciências metodológicas como a matemática, a estatística,-como fala no artigo- defende o método histórico ou empírico para previsões mais realistas, conforme ele bem elucida em seu artigo  "Como os economistas puderam erra tanto?(1)"

  No mais, assim como outras profissões, os Economistas são passivos de cometer erros ou equívocos,mesmo  assim, a Ciência Econômica é de grande valia para sociedade, tanto no que concerne na formulação de políticas públicas para o bem estar da sociedade como para interesses privados.

 (1)Disponível em:
 http://www.proppi.uff.br/revistaeconomica/sites/default/files/V.11_N.2_DOSSIER_2_Paul_Krugman_C.pdf