quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo

Caros amigos,

Novamente, chegamos a mais um final de ano, efêmero e cheio de grandes acontecimentos. As guerras ainda continuam e as divergências políticas entre as nações continuam a provocar grandes tensões a nível global.

Países pobres continuam cada vez mais pobres, os recursos naturais cada vez mais escassos, que por sinal, havia grande esperança na recente reunião de Copenhague de construção de um modelo menos agressivo ao meio ambiente, entretanto interesses maiores que priorizam a lucratividade das grandes corporações e prosperidade individual resultaram em acordos muito aquém do almejado e necessário para tardar o pior.

No nosso país, apesar da crise, continuamos com uma economia cada vez mais forte, apesar da nossa escandalosa política.
Muitos indicadores sociais, apesar de timidamente, tiveram uma melhora, proporcionando melhores condições para muitos brasileiros, mas continuam grandes as disparidades socioeconômicas.

São grandes os desafios para 2010 e os anos seguintes, mas espero que possamos conseguir obter os melhores resultados, independente do partido que venha alcançar a presidência.

Dessa forma, espero e desejo a todos os amigos e leitores do blog um próspero 2010 cheio de realizações e com bastante saúde e espero contar com suas visitas e comentários, tão valiosos, para este ano novo.

Prosperidade e saúde para todos!




terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Tutorial da Economia I: o impacto da variação da taxa de câmbio na economia.

Para iniciar, irei explicar de forma sucinta, a interpretação de alguns termos que são pertinentes ao mercado cambial.

O principal termo utilizado é a taxa de câmbio, que significa a relação da moeda nacional com a moeda estrangeira, nesse caso, o dólar. É através da taxa de cambio que sabemos quanto precisaremos dispor de reais (R$) para se obter determinada quantidade dólares ($).

Nos jornais, normalmente, menciona-se que a taxa subiu ou caiu, isso às vezes causa certa confusão para algumas pessoas em relação a interpretação, pois quando a taxa cai, houve na verdade, uma apreciação ou valorização cambial, que significa que precisaremos de menos reais para se obter uma mesma quantidade de dólares. Assim, a expressão de queda da taxa, pode levar a falsa impressão de perda de força da moeda.

Por outro lado, quando a taxa sobe, temos uma depreciação ou desvalorização cambial, que significa que precisaremos de mais reais para se obter a mesma quantidade de dólares.

As forças que interagem nesse movimento de queda e alta dependem do regime de cambio adotado pelo país, no caso do Brasil, desde 1999, adotou-se o regime de cambio flutuante que vigora até hoje.

No regime flutuante, o cambio é determinado pelas forças da oferta e demanda da moeda no mercado, chamado mercado cambial. O Dólar ofertado é oriundo de investidores estrangeiros, exportação de bens e serviços, turistas e outros. Enquanto a demanda, provém de importadores, turistas brasileiros que vão ao exterior, empresas multinacionais que enviam lucros para os países de origem e outros.

Dessa forma, assim como um bem qualquer, se a demanda for maior que a oferta de dólares, tem-se uma pressão, o Real irá se desvalorizar, enquanto o dólar se valorizará, ocorrendo nesse caso uma depreciação cambial. Numa situação inversa, ocorre uma valorização ou apreciação do Real.

Além disso, há uma forte correlação da variação do dólar com os diversos indicadores macroeconômicos nacionais, por isso, em determinadas situações uma valorização cambial pode impactar positivamente ou negativamente no desempenho da economia.

Vale mencionar que uma moeda nacional forte favorece ao bem-estar da sociedade como um todo, pois os bens de luxo e de alta tecnologia, a maioria importados, ficam mais acessíveis, as viagens ao exterior mais em conta, alguns insumos importados como o trigo, para a produção de alimentos, reduz o preço de diversos outros, como pão carioquinha.

Entretanto, existem alguns problemas, ao longo prazo, que a apreciação cambial pode ocasionar para alguns setores da sociedade, por exemplo, os exportadores que recebem em moeda estrangeira, quando a Real se valoriza, há diminuição nos ganhos, assim muitos acabam desistindo ou falindo, podendo ocasionar um desaquecimento das exportações e ocasionando um déficit na balança comercial (exportações <>

Assim, quando ouvirem noticias sobre a alta ou baixa do dólar, saibam que sempre há um impacto no cenário econômico e que num cenário de longo prazo, poderá impactar no seu bolso.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tutorial da Economia: a importância de alguns índices para o cotidiano

Atendendo aos pedidos de alguns leitores do blog e de colegas, estarei a partir do dia 21/12, com periodicidade semanal, escrevendo uma série de textos, chamado tutorial da economia.
O referido tutorial visa propiciar um conhecimento básico, porém útil, para entender a importância, no dia-a-dia, de diversas análises e índices econômicos que são noticiados nos meios de comunicação e que para muitos são de difícil compreensão.

Dessa forma, espero contribuir para que todos tenham uma maior facilidade em gerir suas finanças pessoais ou até mesmo seus negócios, ou mesmo, aprimorar suas analises criticas em relação à política econômica do governo, dando maior fundamentação e consistência as mesmas.

Com relação ao tutorial, será desenvolvida uma série de dez (10) tutorias que serão postados sempre as segundas feiras, iniciando no dia 21 de dezembro, com o primeiro tema: o impacto da variação da taxa de câmbio na economia.

Então, até lá!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Comércio Varejista cresce em novembro


De acordo com o IBGE, as vendas do comércio varejista em novembro tiveram um crescimento em relação ao mês de outubro de 1,4% no volume de vendas e 1,8% na receita nominal. Vale lembrar, que esse crescimento foi feito com ajuste sazonal, ou seja, já é considerado na análise o aquecimento das vendas de final de ano.

Comparado ao igual período do ano anterior, o crescimento foi de 8,4%, evidenciando uma recuperação do comércio varejista, face aos efeitos da crise, sentidos de forma mais expessiva no segundo semestre de 2008.

Nos resultados por Estado, temos o Piauí, Ceará e Sergipe com as maiores taxas de crescimento, respectivamente em (15,9%),(13,9%) e (13,0%), conforme o gráfico abaixo.




Com esses resultados espera-se, cada vez mais, que haja o mais breve possível a retomada da nossa economia, de forma mais relevante, para 2010.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Novas medidas de estimulo ao Desenvolvimento Econômico para 2010

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta feira (10/12), medidas de estimulo ao desenvolvimento econômico para 2010. As medidas que foram anunciadas durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico (CDES) visam manter o crescimento econômico em 5%, e para isso serão realizados fortes investimentos e desoneração fiscais.

Dentre as principais medidas temos:

• Concessão de uma nova linha de crédito de até R$ 80 bilhões da União para o BNDES a fim de financiar investimentos produtivos para 2010-11, tendo como atividades prioritárias, a infra-estrutura econômica e social, bens de capital, exportações, inovação ciências e tecnologia.

• Prorrogação da desoneração do IPI incidente sobre os bens de capital até 30 de junho de 2010.

• Empréstimo da União para o Fundo da Marinha Mercante no valor de R$ 15 bilhões.

• Suspensão da cobrança de IPI, PIS/CONFINS e imposto de importação incidente sobre bens e serviços relacionados a investimentos em refino de petróleo e indústria petroquímica no Norte, Nordeste e Centro Oeste.

• Desoneração permanente do IPI incidente sobre aerogeradores utilizados na produção de energia de fonte eólica.

Como podemos observar as medidas acima são voltadas para o fomento do setor produtivo da economia, pois além de propiciar maior valor agregado ao PIB é capaz de dar maior sustentabilidade ao crescimento econômico em um cenário de longo prazo.

No entanto, vale ressaltar, que as medidas são de incentivo, portanto, para surtir efeito teremos que considerar que 2010 não teremos grandes adversidades no cenário da economia mundial, além do mais, os frutos dessas medidas começarão a ser sentidos a partir do segundo semestre de 2010, dada a sua escala dimensional.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Inflação oficial (IPCA) tem alta em Novembro


O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-IPCA, no mês de novembro apresentou uma variação de alta de 0,41% , superando o índice de outubro que foi de 0,28%. Comparado com o de novembro de 2008, que foi de 0,36%, ficou 0,5 ponto percentual acima.

Vale lembrar, que em 2008 foram sentidos os maiores efeitos da crise, com a desaceleração da atividade econômica, portanto, era de se esperar que o índice desse ano, fosse superior ao do anterior.

Quanto, a alta em relação aos meses anteriores, como bem mencionei no comentário do IGP-DI, o aquecimento da demanda, ocasionado pelas datas festivas do final do ano que aquecem o comércio, em geral, tende a provocar uma elevação da inflação.

Considerando os últimos 12 (doze) meses a inflação está em 4,22%, dentro da meta do Banco Central que é de 4,5%.

O grupo de Alimentação e Bebidas foi o que exerceu a principal pressão de alta, conforme a tabela abaixo.






terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Alta do IGP-DI em Novembro

A FGV - Fundação Getúlio Vargas divulgou nessa semana o Índice Geral de Preços na Disponibilidade Interna (IGP-DI) referente ao mês de Novembro. O referido índice registrou inflação de 0,07% após o registro de deflação no mês de outubro de 0,04%.
O IGP-DI mensura a variação de preços que afetam diretamente as atividades econômicas dentro do território Nacional, excluindo, por tanto, as variações dos preços de bens destinados à exportação, por isso a sigla DI(Disponibilidade Interna).

O IGP-DI é composto por outros índices e seu cálculo é realizado a partir da média aritmética ponderada dos seguintes índices: o IPA (Índices de Preços ao Atacado), ponderado em (60%);IPC( Índice de Preços ao Consumidor) de famílias que ganham de 1 a 33 salários mínimos com ponderação de (30%) e o INCC (Índice Nacional da Construção Civil) relacionado aos preços no setor da construção civil com ponderação de (10%).

Para quem se lembra, antigamente, o IGP-DI era usado para reajuste das contas telefônicas, hoje, é utilizado para como indexador das dividas dos Estados com a União.

No que diz respeito a sua variação de alta, no mês de Novembro, um dos principais fatores é sazonalidade de alta do período, ou seja, no final do ano há uma tendência natural de aquecimento da demanda, por contas das datas comemorativas, que tende a provocar uma elevação dos preços, em geral.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"Os efeitos do Programa Bolsa Família na economia"

Criado em 2003 pelo Governo Lula, o programa Bolsa Família, que teve como objetivo a unificação e integração ao FOME ZERO de programas sociais do Governo FHC, tais como o auxilio gás,bolsa escola e o cartão alimentação, foi por alguns anos um dos temas mais discutidos nos meios acadêmicos, políticos e até mesmo aqueles menos exigentes de capital intelectual, como mesas de bares e praças públicas, nos quais, confesso, estive mais presente
.
Nessa “arena” de discussões tínhamos os defensores que argumentavam ser um programa de política compensatória, necessária para atenuar a pobreza e incentivar os pais a manterem seus filhos na escola, haja vista, ser esta uma das condições para obtenção do beneficio e, dessa forma, ao longo prazo, propiciar uma sociedade com menos disparidades sociais.

Do outro lado da arena, estavam os críticos ferrenhos, que considerava um programa meramente assistencialista e que não gerava beneficio algum ao país e usavam aquele velho ditado popular, que não se pode dar o peixe e sim ensinar a pescar.

Pois bem, a grande incógnita que fomentava tais discussões acerca dos reais resultados do programa, pelo lado econômico, uma vez que já fora comprovada sua eficiência no âmbito social,venho à tona com a pesquisa do INSPER(Instituto de Ensino e Pesquisa), publicado no mês passado.

De acordo com a pesquisa, de autoria de LANDIM e MENEZES, o aumento no montante pago aos beneficiários entre 2005 e 2006 de R$ 1,8 bilhões, proporcionou um crescimento adicional do PIB de R$ 43,1 bilhões.

Segundo os dados gerados pelo modelo econométrico da pesquisa, um aumento de 10% no repasse médio per capita do programa leva a uma expansão de 0,6% do PIB. Em outros números isso quer dizer que para cada R$0,04 gastos, há um incremento de R$ 1,00 no PIB.

Dessa forma, analisando pelo lado econômico, os defensores do programa podem comemorar, o Bolsa Família para nossa economia é muito viável.

Quanto aos críticos, me desculpem, mas vocês vão ter que engolir essa, e sem direito a nada.

A pesquisa está disponível em http://www.undp-povertycentre.org/publications/mds/33P.pdf

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

“U.S. Economy Started to Grow Again in the Third Quarter “

Calma leitores! O blog ainda não foi internacionalizado, é apenas a primeira manchete que vejo ao abrir, nesta manhã, o site do jornal The New York Times.

Em português, diz que a economia dos Estados Unidos começou a crescer novamente.

A matéria ressalta um crescimento de 3,5 % do PIB americano no terceiro trimestre, ante a queda de 0,7% no trimestre anterior, dessa forma, a economia americana sai do estado de recessão técnica, que no jargão da economia significa queda no PIB por dois trimestres consecutivos.

O resultado foi melhor do que esperava o mercado, onde era aguardado um aumento de cerca de 3,3%.

Ademais, acho que não preciso ressaltar que essa recuperação é benéfica para a economia global, dada a forte influência que a economia do EUA exerce no mundo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Taxa de desemprego cai




O IBGE divulgou nesta quinta-feira (22/10) a taxa de desocupação, que ficou em (7,7%), ante os (8,1%) do mês de Agosto. Comparado ao mesmo período do ano anterior a taxa ficou estável. De acordo o IBGE, a população desocupada de 1,8 milhões pessoas recuou 4,8% em relação a agosto como menos 90 mil desocupados.

O presente resultado contrariou as expectativas dos analistas de mercado que projetavam para 8% a taxa.

A quantidade de trabalhadores com carteira assinada ficou em 9,5 milhões, sem variações em relação a mês e ano anterior.

Dentre os principais motivos que se pode atribuir para tal redução, está o aquecimento da economia que comumente acontece quando aproxima-se o final do ano.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Entrada de capital estrageiro será taxada em 2%

O ministro da Fazenda anunciou nesta segunda-feira a taxação sobre o capital estrangeiro que entrar no país para aplicações em renda fixa e Bolsa de Valores.

Segundo o ministro Guido Mantega, o capital estrangeiro será tributado, a partir desta terça-feira (20), por uma alíquota de 2% de IOF.

O ministro disse que o investimento direto,aquele não vem a serviço da especulação, não será taxado.
A medida foi tomada pelo governo visa conter a queda excessiva do dólar. Nesse ano, a desvalorização da moeda americana já está em cerca 27%

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Nobel de Economia é concedido pela primeira vez a uma mulher


Nesta segunda-feira (12/10), foram laureados com o prêmio Nobel de Economia a americana Elinor Ostrom e Oliver Williamson, os mesmos pertencem Universidade de Indiana e Universidade da Califórnia, respectivamente.

De acordo com a teoria tradicional , é necessário que o governo imponha impostos ou taxas para reduzir os custos sociais dos investimentos privados.

Em seus estudos,Elinor, afirma que os recursos naturais são protegidos sem a necessidade de intervenção governamental ou da Justiça. Ela demonstrou que a administração comum dos recursos naturais levou a resultados muito melhores do que os previstos pela teoria tradicional, principalmente quando a própria sociedade se encarregou de estabelecer regras para a gestão das riquezas.

Para o professor Williamson, da Universidade Berkeley, na Califórnia, teve destaque a governança econômica nas empresas e seus impactos sobre a sociedade. Ele defende que a existência de grandes corporações é a melhor maneira de resolver conflitos.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Inflação tem alta em Setembro



O IBGE divulgou na quinta-feira (08/10), o índice oficial da inflação, o IPCA-Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do mês de setembro, que registrou 0,24% ante os 0,15% do mês de agosto.

No acumulado do ano, a inflação acumula alta de 3,71%, se comparado ao mesmo período anterior ficou 1,5% menor, ocasião em a mesma estava em 4,76%.
O IPCA engloba famílias com rendimentos mensais de 1 a 40 salários mínimos e coletado do 1º ao 30º ou 31º dia de cada mês.

No itens pesquisados são considerados nove grupos de produtos e serviços: alimentação e bebidas; artigos de residência; comunicação; despesas pessoais; educação; habitação; saúde e cuidados pessoais; transportes e vestuário. Estes são subdivididos em outros itens. Ao todo, são consideradas as variações de preços de 465 subitens.



Taxa de câmbio e sua relevância na Economia (Parte I)

Ultimamente, as colunas de economia dos Jornais e telejornais, vêm destacando com bastante freqüência a valorização do Real sobre o Dólar, entretanto, é notório a dificuldade das pessoas de entender sua relevância para o cenário econômico Nacional e as causas de sua valorização.

Para iniciar, irei explicar de forma sucinta, a interpretação de alguns termos que são pertinentes às suas variações.

O principal termo utilizado é a taxa de câmbio, que significa a relação da moeda nacional com a moeda estrangeira, nesse caso, o dólar. É através da taxa de cambio que sabemos quanto precisaremos dispor de reais (R$) para se obter determinada quantidade dólares ($).

Nos jornais, normalmente, menciona-se que a taxa subiu ou caiu, isso às vezes causa certa confusão para o público leigo, pois quando a taxa cai, houve, na verdade, uma apreciação ou valorização cambial, que significa que precisaremos de menos reais para se obter uma mesma quantidade de dólares. Assim, o termo cair, pode levar a falsa impressão de perda de força da moeda.

Por outro lado, quando a taxa sobe temos uma depreciação ou desvalorização cambial, que significa que precisaremos de mais reais para se obter a mesma quantidade de dólares.
As forças que interagem nesse movimento de queda e alta dependem do regime de cambio adotado pelo país, no caso do Brasil, desde 1999, adotou-se o regime de cambio flutuante que vigora até hoje.

No regime flutuante, o cambio é determinado pelas forças da oferta e demanda da moeda no mercado, chamado mercado cambial. O Dólar ofertado é oriundo de investidores estrangeiros, exportação de bens e serviços, turistas e outros. Enquanto a demanda, provém de importadores, turistas brasileiros que vão ao exterior, empresas multinacionais que enviam lucros para os países de origem e outros.

Dessa forma, assim como um bem qualquer, se a demanda for maior que a oferta de dólares, tem-se uma pressão, o Real irá se desvalorizar, enquanto o dólar se valorizará, ocorrendo nesse caso uma depreciação cambial. Numa situação inversa, ocorre uma valorização ou apreciação do Real.

Parte II

Há uma grande correlação da variação do dólar com os diversos indicadores macroeconômicos nacionais, por isso, em determinadas situações uma valorização cambial pode impactar positivamente ou negativamente no desempenho da economia.

Uma moeda nacional forte favorece ao bem-estar da sociedade como um todo, os bens de luxo e de alta tecnologia, a maioria importados, ficam mais acessíveis, as viagens ao exterior mais em conta, alguns insumos importados, como o trigo, para a produção de alimentos, reduz o preço de diversos outros.

Entretanto, vale lembrar, que ao longo prazo a apreciação pode prejudicar alguns setores da sociedade, por exemplo, os exportadores que recebem em moeda estrangeira, quando a Real se valoriza há diminuição nos ganhos, assim muitos acabam desistindo ou falindo, podendo ocasionar um desaquecimento das exportações e ocasionando um déficit na balança comercial.
Na taxa atual, que está em cerca de 1,75, não houve, ainda, nenhum ônus relevante que esteja prejudicando o cenário econômico atual, assim indicadores internos como o PIB, a taxa de inflação seguem com boas expectativas, já considerando a retomada da economia após a crise financeira que abalou o mundo.

Os indicadores externos, como a balança comercial seguem, também, positivamente.
Nesse contexto, nós brasileiros podemos ficar tranqüilos e satisfeitos com as noticias acerca da valorização cambial.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Real é moeda que mais ganhou valor na América Latina"(Valor Econômico)


Com valorização 31,44% sobre o dólar no acumulado do ano, o real é a moeda que mais se valorizou na América Latina, segundo levantamento feito pela Economatica. O excesso de dólares em âmbito mundial e a necessidade de se rentabilizar esse capital via investimento em ativos de risco também influencia a formação de preço de outras moedas da região.
De janeiro a setembro, o peso chileno acumula alta de 17,01% sobre o dólar, o peso colombiano avança 16,73%, o sol peruano ganha 7,99%, e o peso mexicano registra alta de 2,52%. Na contramão, o peso argentino perde 9,87% sobre o dólar no acumulado de 2009. Só no terceiro trimestre, o ganho de valor da moeda brasileira foi de 9,76%, perdendo, apenas para o peso colombiano, que subiu 12,31% no período.
Ainda no ranking trimestral, o sol peruano avançou 3,48%. Já as outras divisas acompanhadas perderam valor para o dólar. Entre julho e setembro, o peso chileno se desvalorizou 2,63% ante a moeda americana. O dólar também ganhou espaço sobre o peso mexicano, que fechou o trimestre valendo 2,37% menos, e sobre o peso argentino, que teve perda de 1,04%.
A consultoria também calculou a relação euro/dólar. No ano, a moeda comum europeia tem alta de 5,22% sobre a divisa americana. Só no terceiro trimestre, a valorização do euro foi de 3,60%. (Valor)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Sensor Econômico entra na zona de confiança(IPEA)

"Indicador medido pelo Ipea deixa o cenário de apreensão, atinge 23,2 pontos e confirma recuperação depois da crise global.

O indicador Sensor Econômico, medido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), confirmou o ritmo acelerado de melhoria e, em agosto, atingiu 23,2 pontos na escala que varia de -100 a +100. O novo indicador foi divulgado pelo Instituto nesta quarta-feira, 30, e pela primeira vez desde o começo do ano se situa na zona de confiança.

O Sensor Econômico é composto por quatro aspectos: Contas Nacionais, Parâmetros Econômicos, Desempenho das Empresas e Aspecto Social. Em agosto, todos exceto Parâmetros Econômicos apresentaram uma evolução positiva. O avanço na percepção das Contas Nacionais se deveu, em grande parte, ao aumento da confiança na trajetória do produto industrial e das exportações. O índice do produto industrial saltou de 5,6 pontos em julho para 30,6 em agosto.

Enquanto os Parâmetros Econômicos tiveram pouca alteração em relação a julho - trata-se do aspecto mais bem avaliado -, o Desempenho das Empresas chegou a 13,4 pontos, ainda na zona de apreensão. Os Aspectos Sociais também continuam em cenário de apreensão e progridem em ritmo mais lento que os demais aspectos. Ao atingir 23,2 pontos, o Sensor Econômico obtém a sexta alta seguida, confirmando o cenário de recuperação depois da crise financeira que estourou no último trimestre de 2008".
A noticia acima, publicada pelo IPEA, mostra e confirma a extraordinária recuperação econômica brasileira, que após dois trimestre está conseguindo superar a maior crise econômica desde 1929.
As precisões serão melhores para 2010, quando projeta-se, segundo o BACEN (Banco Central) um crescimento do PIB na de 4,5%.
Vale lembrar, mais uma vez, que o Brasil, é o primeiro país mostrar sinais relevantes de recuperação econômica.

"Real dispara com previsão de ingresso de US$ 25 bi"

Valor Econômico (por Claudia Safatle, Luiz Sérgio Guimarães e Cristiane Perini Lucchesi, de Brasília e São Paulo01/10/2009).
Se esse volume de recursos chegar ao país, as reservas internacionais poderão chegar a US$ 250 bilhões

O dólar atingiu ontem a menor cotação em um ano, R$ 1,77, e está sendo empurrado para baixo pela expectativa de ingresso de até US$ 25 bilhões em emissões de IPOs (oferta pública inicial de ações) e captações externas ainda em 2009. Se esse volume de recursos chegar ao país, as reservas internacionais poderão chegar a US$ 250 bilhões.

Técnicos da Fazenda e do Banco Central trabalham com um intervalo entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões em emissões no mercado internacional e veem nesta cifra a principal fonte de pressão pela valorização do real.

O fluxo cambial começou a refletir essa tendência e sofreu uma guinada radical na quarta semana de setembro. Até o dia 18, estava negativo em US$ 978 milhões e na semana seguinte, de 21 a 25, houve ingresso líquido de US$ 2,038 bilhões. A responsável pela virada foi a conta financeira, que nesse ritmo irá zerar o déficit acumulado no ano e exercer mais uma pressão de baixa sobre o câmbio.

O fluxo cambial positivo em US$ 1,06 bilhão até dia 25 não é suficiente para explicar a movimentação da moeda americana. As intervenções do BC retiraram US$ 3,24 bilhões do mercado e o movimento de câmbio líquido foi, na realidade, negativo em US$ 2,18 bilhões. "O determinante da taxa não está se dando no mercado spot, mas no de derivativos", observou um técnico do governo. A valorização vem mais de fatores domésticos do que da desvalorização do dólar no mercado externo.

A emissão de US$ 1,25 bilhão em títulos da dívida externa, com demanda de mais de US$ 5,7 bilhões e rendimentos em recorde histórico de baixa, abre espaço para empresas e bancos brasileiros emitirem papéis de prazo mais longo, contribuindo para uma nova rodada de valorização do real.

Em setembro, o governo, empresas e bancos brasileiros captaram um total de US$ 5,215 bilhões com empréstimos sindicalizados e bônus no mercado externo, o maior valor desde outubro de 2007. O Banco do Brasil deve lançar papéis perpétuos e o mercado também espera captação da Telemar. Ontem, a Embraer iniciou a colocação de US$ 500 milhões em títulos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Fim da “Marolinha” na Economia...

“PIB cresce 1,9% no 2º trimestre de 2009” (IBGE)

“Dólar fecha a R$ 1,807,, menor valor em um ano.”(Valor Econômico)

"Bovespa supera 60.000 pontos pela 1ª vez em 14 meses" (Veja Online)

“O mercado formal brasileiro registrou a criação de 242.126 empregos no mês de agosto, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. É o melhor resultado do ano e o sétimo mês em que há crescimento de vagas.” (Folha on-line)


As notícias acima, publicadas nos últimos dias, sinalizam de forma relevante a recuperação da economia brasileira dos efeitos da crise financeira mundial. Iniciada em 2007 e substancialmente agravada em 2008, a crise provocou considerável desaquecimento da atividade econômica brasileira, com perda no número de empregos, fugas de capital estrangeiro e desvalorização cambial, reduções no saldo balança comercial, entre outros ligado ao lado real e financeiro da economia.

O Governo através de sua política econômica, tanto a monetária como a fiscal, seguiu as regras da cartilha das escolas de economia keynesiana
[1]s, providenciando crédito e disponibilidade monetária para os bancos e as empresas, além das diversas reduções de impostos sobre os bens de consumo, como fogões, geladeiras, automóveis e outros.

Vale salientar, que grande parte do efeito percebido aqui, foi agravado pelo temor dos empresários do que propriamente pela crise, pois os mesmos se antecepiaram e tomaram medidas precipitadas, demitindo em larga escala seus funcionários, além de cancelar futuros investimentos de seus negócios, quando a economia ainda se mostrava bastante sólida e com boas perspectivas de não ser tão afetada.

Depois de dois trimestres de queda do PIB, um bem acentuado no último de 2008 e outro menor no começo de 2009, a economia brasileira mostra, enfim, depois de muitos desacertos em sua história econômica que é capaz e suficientemente forte para enfrentar qualquer turbulência econômica mundial.

Assim, concretiza-se, de certa forma, a tão polêmica profecia do velho metalúrgico, que dizia que essa crise financeira seria uma marolinha...

[1] A escola de pensamento econômico keynesiana tem suas origens no livro escrito por John M. Keynes chamado "Teoria Geral do Emprego, Juro e Moeda".

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Noticias

Copom interrompe política de corte de juros e mantém Selic em 8,75%
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por EDUARDO CUCOLOda Folha Online, em Brasília

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu nesta quarta-feira manter inalterada a taxa básica de juros em 8,75% ao ano. A decisão de hoje, que já era esperada pelo mercado financeiro, interrompe uma sequência de cinco cortes consecutivos na taxa Selic, que vinha sendo reduzida pelo BC desde janeiro.
Na nota divulgada para justificar a decisão, o Copom afirma que o nível atual da taxa de juros é capaz de garantir a recuperação da economia sem gerar pressões inflacionárias.
"O Comitê avalia que esse patamar de taxa básica de juros é consistente com um cenário inflacionário benigno, contribuindo para assegurar a manutenção da inflação na trajetória de metas (...) e para a recuperação não inflacionária da atividade econômica", diz a nota do BC.
No começo de 2009, os juros estavam em 13,75% ao ano. Na reunião do Copom de janeiro, foi realizado o primeiro corte desde a piora da crise econômica registrada a partir de setembro, para 12,75% a.a.. Na reunião de março --as reuniões sobre a taxa básica são realizadas a cada 45 dias-- os juros caíram mais, para 11,25% ao ano.
Em abril e junho os cortes foram de um ponto percentual. Na reunião de julho, no entanto, o BC reduziu a intensidade do corte para 0,5 ponto percentual e indicou que não haveria mais nenhuma redução dos juros neste ano.
O Copom ainda tem mais duas reuniões neste ano, em outubro e dezembro. Porém, a previsão do mercado financeiro é que a taxa permaneça no nível atual até 2010. Para o próximo ano, com a retomada do crescimento econômico, a expectativa dos economistas é que os juros voltem a subir.

Noticias

Brasil terá em breve lista de retaliação aos EUA, diz Amorim
02-09-2009

O Brasil terá em breve uma lista de sanções contra os Estados Unidos por causa dos subsídios dados aos produtores de algodão norte-americanos. A Organização Mundial do Comércio (OMC) deu ao Brasil o direito de fazer retaliações comerciais reconhecendo que os EUA ultrapassam os limites de protecionismo.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem (01) que o Brasil vai usar esse direito dado pela OMC. "Em breve teremos uma listinha de retaliação. O objetivo da retaliação não é punir. É induzir o país a cumprir a norma, a mudar sua legislação. Se a norma for cumprida, não há razão para retaliar", afirmou durante coletiva de imprensa do Fórum de Diálogo Índia, Brasil, África do Sul (Ibas).
Pela decisão da OMC, o Brasil tem o direito de fazer sanções no valor de US$ 294,7 milhões por ano, com base nos subsídios dados pelos EUA em 2006. Contudo, o Itamaraty diz que o valor é maior porque o cálculo deve ser feito com base no ano anterior à decisão. Com isso, o Brasil poderia aplicar sanções de até US$ 800 milhões.
Técnicos do Ministério das Relações Exteriores estão fazendo estudos para determinar o valor exato da sanção e em quais produtos poderá ser aplicada. (Agência Brasil)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Mercado Automobilístico

Sabe-se que o governo prorrogou o prazo de redução do IPI para o setor até outubro. O ritmo de vendas de automóveis em todo o país continua satisfatório. A média diária de licenciamento de veículos nas primeiras duas semanas de julho aumentou em comparação ao mesmo mês de 2008. A média diária de licenciamento girou em torno de 11,8 mil veículos até o dia 17, o que em termos percentuais representa um crescimento de 5,8% comparando com o mesmo mês de 2008.

A expectativa fica por conta de como será o comportamento do consumidor no decorrer do mês, além do período até o término do prazo em outubro. Alguns analistas acreditam na tese de que o mercado se manterá aquecido até outubro.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Fim da Recessão Técnica?

Após a divulgação de ontem dos números referentes às vendas no varejo em maio, a possibilidade de que o PIB tenha uma variação positiva no ano aumentou. Alguns analistas mais otimistas acreditam em uma elevação superior a 2% do PIB neste segundo trimestre, se comparado com o trimestre anterior.

No quarto trimestre de 2008, o PIB recuara em 3,6% sobre o terceiro, em virtude da crise. Já no primeiro trimestre deste ano ocorrera uma queda de 0,8%. Uma série de variáveis se correlaciona positivamente para uma elevação do otimismo de que o pior da crise ou períodos de recessão técnica já ficara pra trás, como destaque para o consumo das famílias que impulsionaram o crescimento das vendas no varejo de 0,8% em maio se comparado com o mês anterior, a queda dos juros, a política fiscal expansionista, o crescimento da massa salarial, dentre outros são alguns motivos que fazem o otimismo ganhar sobrevida sobre alguns economistas.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Arrecadação Tributária em 2008 bate Recorde

A soma de todas as contribuições mais impostos arrecadados no ano de 2008 ultrapassou R$ 1 trilhão, sendo equivalente em termos percentuais a 35,8% do PIB. Esta marca é recorde para a série histórica que se iniciou em 1995. Em 2007, a soma dos três níveis de governo foi de 34,72% do PIB.

Em estudo divulgado ontem pela Receita Federal, do total arrecadado pelo governo 48,44% foi referente aos tributos sobre bens e serviços, 22,45% ligado à folha de salários, 20,45% para renda, 3,18% para propriedades e 2,04% para transações financeiras.

Para este ano as projeções são de redução na arrecadação tributária devido às políticas anticíclicas tomadas pelo governo visando amenizar a crise econômica mundial. Somente de janeiro a maio deste ano a renúncia fiscal já ultrapassa a casa dos R$ 11 bilhões. Em relação ao recorde da arrecadação em 2008, pode-se afirmar que de janeiro a setembro, a economia obteve um crescimento significativo. Este seria um dos fatores que corresponderam positivamente para a elevação do arrecadado. Vale ressaltar, que o crescimento em 2008 foi superior a 5% se comparado a 2007.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Poder de Compra em Alta

A elevação do salário mínimo e a queda da inflação levaram neste ano a um novo aumento do poder de compra – salário real - da população. Pra se ter ideia, um cálculo realizado pela RC Consultores, um mínimo equivalia a 1,89 cesta básica, entre janeiro e maio, em média, ante 1,74 a média de 2008. Este ótimo desempenho justifica o desempenho razoável do consumo neste ano, apesar da crise. O setor de super e hipermercados nos quatro primeiros meses do ano registraram crescimento nas vendas em 6,2% em relação ao mesmo período de 2008. Já o salário mínimo passou para R$ 465,00, registrando acréscimo de 12%.

É visível que esse ganho do salário real da população beneficia principalmente a população de baixa renda, que gasta boa parte de seus salários com alimentação e bebidas. Desde a implementação do Plano Real, percebe-se que houvera uma forte recomposição do poder de compra do salário mínimo. Pra se ter noção, em 1994, um salário mínimo comprava menos de uma cesta básica, mais precisamente 0,88. Nestes quinze anos de Plano Real, o piso salarial subiu 116%, descontada a inflação. Ressaltando que no governo Lula o salário mínimo passou a crescer a uma velocidade mais expressiva em relação ao governo FHC. Com isso, o mínimo hoje compra quase duas cestas básicas.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

...15 Anos do “Real” Controle Inflacionário...

Quando Fernando Henrique Cardoso assumiu o Ministério da Fazenda em maio de 1993, já começou a preparar o novo plano de estabilização que seria lançado no final do ano. Ao final de 1993 se iniciara a implementação do plano mais engenhoso de combate à inflação já utilizado no país. Após uma série de tentativas fracassadas de planos heterodoxos na Nova República, o Plano Real, que hoje completa 15 anos, conseguiu reduzir a inflação e mantê-la sob controle até o momento pelo menos.

O Plano Real foi adotado gradualmente e não de surpresa, este não recorreu a congelamentos, mas a uma substituição natural de moeda, ou seja, percebe-se que este não incorreu aos erros dos planos anteriores.

Em julho de 1994, a inflação de 12 meses, medida pelo IGP-DI, era de 5.154%. Ontem o Conselho Monetário Nacional – CMN – fixou pelo sétimo ano consecutivo a meta de inflação de 4,5%. A discrepância entre as taxas inflacionárias do período anterior e posterior ao Plano Real é significante. É sabido que a estabilidade da economia é uma bandeira da PSDB, embora o PT apenas preservasse as bases do Real.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

...iBovespa Sem Tendência...

No pior da crise, que iniciou em Setembro do ano passado, os investidores estrangeiros se retiraram do mercado brasileiro. Assim, passaram a aplicar nos títulos do tesouro americano, pois era mais seguro. Já em Março deste ano, o otimismo em relação à recuperação rápida da economia ganhava força e esses investidores foram aos poucos retornando ao mercado doméstico, aplicando em ações brasileiras. O ápice desse retorno ficou visível no mês passado, quando o saldo líquido de estrangeiro na Bovespa foi positivo em mais de R$ 6 bi.

Esse vai e volta do estrangeiro e do Ibovespa está longe do fim. Enquanto não houver informações mais sólidas sobre a tendência da economia mundial, esse fluxo de recursos não terá uma direção definida. Essa falta de tendência significa que o Índice Bovespa deverá ficar oscilando. Pode-se concluir que o investimento de curto prazo em ações é o principal objetivo dos estrangeiros no momento. Enquanto não existir uma quantidade de indicadores econômicos significativos apontando para uma recuperação concreta, os investidores estrangeiros ficarão fazendo operações de curto prazo, lembrando que estes são os aplicadores mais importantes dentro da bolsa brasileira, em termos de volume financeiro dos negócios.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Banco Mundial Pessimista?

Em novo relatório, o Banco Mundial reviu suas estimativas para a recessão mundial. O banco revisou de 1,7% para 2,9% sua projeção de queda do PIB mundial para este ano. A economia dos países da América Latina e Caribe encolherá agora 2,2%. As maiores quedas ficaram reservadas para a economia Americana, em 3%, zona do Euro, em média 4,5% e Japão 6,8%. Em relação ao Brasil, o banco projeta recuo de 1,1% ante alta de 0,5% no penúltimo relatório.

Sua revisão não deixa de ser mais sombria em relação às principais economias do globo, mas vale destacar que, já para 2010 o banco trabalha com projeções positivas para os PIB´s, o que pode-se concluir que as economias tenderão a se recuperar da crise mais precisamente a partir do próximo ano. Muitos economistas defendem uma recuperação lenta, mas já perceptível ainda neste segundo semestre.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Brasil em Recessão

O IBGE divulgou ontem o valor do PIB referente ao primeiro trimestre deste ano, que apesar de ter sido abaixo do esperado, não escapou da recessão. Este conceito – recessão econômica - é atribuído quando ocorre um PIB negativo por dois trimestres consecutivos. Nos três meses iniciais deste ano, o PIB caiu 0,8% na comparação com o quarto trimestre do ano anterior e 1,8% sobre igual período do ano passado. Lembrando que ocorrera retração de 3,6% no último trimestre do ano anterior.

Sob a ótica da demanda, a surpresa se deu por conta do consumo das famílias. Estas gastaram mais 0,7% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre do ano anterior, quando o consumo registrou queda de 1,8%. Já em relação ao primeiro trimestre de 2008, obtivera avanço de 1,3%. Já pela ótica da oferta, o setor de serviços foi o único a crescer nos três primeiros meses do ano em 0,8% em relação ao quarto trimestre e 1,7% sobre o primeiro.

Segundo os analistas, este resultado do primeiro trimestre, aumenta as chances do país encerrar o ano com um PIB positivo ou com uma retração pequena. Segundo relatório Focus desta semana, a projeção do PIB para este ano obteve uma leve melhora se comparado com o relatório da semana anterior, passando de -0,73 para 0,71. Após o conhecimento do PIB do primeiro trimestre com resultado abaixo do esperado, a tendência é atenuar essa expectativa negativa para o PIB nos próximos relatórios.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A Solidez da Economia Brasileira

Apesar da turbulência financeira pelo quais várias nações estão vivenciando desde meados de 2007, pode-se afirmar que o Brasil pela primeira vez em sua história moderna, está reagindo bem à crise com totais condições de enfrentá-la com total segurança, graças às políticas econômicas adotadas. Percebemos a solidez econômica através da análise de algumas variáveis de vulnerabilidade externa a seguir.

Em relação ao Investimento Estrangeiro Direto, ou seja, recursos destinados ao setor produtivo, até o mês anterior já apresenta um resultado acumulado superior a US$ 11 bilhões, valor significativo para um ano de crise. Em termos de reserva internacional hoje se situa na casa dos US$ 205 bilhões, se comparado aos US$ 207 bilhões quando o país entrou no cerne da crise, ou seja, praticamente estável, se comparado às perdas de outras nações. Por exemplo, no mesmo período a Rússia viu evaporar mais de US$ 100 bilhões de suas reservas cambiais. Em relação à inflação o país deverá fechar o ano com uma taxa abaixo da meta oficial de 4,5%, por volta dos 4,3%. A relação da dívida líquida/PIB em Abril correspondia a 38,4% do PIB e a projeção é de fechamento em 37,5% em 2010. Essa relação da dívida líquida em relação ao PIB apresenta em países ricos indicadores muito piores se comparado ao nosso, o que podemos afirmar que está solvente. A taxa básica de juros em termos reais, está no menor patamar da história, por volta de 5% ao ano, o que tende a propiciar uma boa performance da atividade econômica, que por sinal já está começando a se recuperar ainda que lentamente.

Conclui-se a partir de alguns indicadores de vulnerabilidade que o país está enfrentando com sucesso essa crise, se comparado a crises passadas.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ibovespa em Alta

Os bons resultados dos indicadores externos divulgados na Zona do Euro e nos EUA, respectivamente, contribuíram para a formação de um otimismo no mercado. Otimismo este, que veio a contribuir para minimizar projeções ainda mais negativas do BCE (Banco Central Europeu) para o PIB da Zona do Euro em 2009, tendo impacto positivo nas principais bolsas de valores do mundo.

O Ibovespa fechou o mês de Janeiro deste ano em 39.300 pontos. Como se pode observar na tabela abaixo:
Pode-se observar uma variação significativa do índice em 35,36% se comparado com o fechamento do mês de Maio, que foi de 53.197 pontos. Apesar das seguidas reduções da taxa de juros doméstica, o país ainda apresenta uma das taxas de juros mais altas do mundo, o que propicia ao investidor uma remuneração atraente. O Mercado trabalha com expectativa de fechamento da Selic em 9% para este ano. Segundo dados divulgados ontem pela Bovespa, em Maio, os investidores estrangeiros representaram 37,16% do volume financeiro do negociado no pregão, ante 36,23% em Abril. Já neste mês, considerando apenas o pregão do dia primeiro, os estrangeiros representam 39,2% do volume de negócios, um recorde absoluto.

A dúvida é de se esta alta se sustentará. Alguns analistas projetam a bolsa acima dos 60mil pontos para este mês de Junho. Lembrando que na próxima semana haverá reunião do Copom para definir a nova Selic. Afinal, ainda é hora de entrar na bolsa e colher bons frutos no curto prazo?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cenário Econômico Brasileiro Piora

A Economia Brasileira deve recuar 0,53% neste ano, ante 0,49% na semana anterior. É o que projetam os analistas de mercado, segundo foi divulgado no boletim Focus desta segunda-feira pelo Banco Central. Esta tendência de piora é constatada pela terceira semana consecutiva em relação ao PIB. Para 2010 a projeção de crescimento se mantém há 12 semanas em 3,5%. Observa-se também piora na estimativa da produção industrial para o ano vigente, prevista para fechar o ano em declínio de 4,26%. A projeção para a Dívida Líquida do Setor Público manteve-se nos 39% - % do PIB – para este ano, variável esta que é importantíssima, pois quanto menor for esta relação, melhor será a confiança do investidor estrangeiro de que o país será capaz de honrar seus compromissos.

A expectativa para a taxa de inflação e taxa Selic se mantiveram inalteradas em relação ao relatório da semana anterior. Espera-se uma taxa básica de juros em 9% e IPCA em 4,33%. Já a taxa de fechamento de câmbio para o ano segue em queda pela segunda semana consecutiva, estimada para R$ 2,10.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Brazil Food - BRF

As crises afetam firmas que estão fragilizadas financeiramente, assim entram em processo de decadência ao perder espaço no mercado, o que as deixa mais vulneráveis e pressionadas. Já empresas que estão com caixas abastecidos têm a possibilidade de saírem às compras. E são nestes ambientes de revisão de estratégia que surgem grandes oportunidades. É o caso recente da fusão entre a Perdigão e Sadia, Aracruz e VCP, Texaco e Ultra, Itaú e Unibanco dentre outros.

No caso da Sadia, a política tomada com derivativos cambiais realizados pela empresa que, a priori, era proteger de uma desvalorização do dólar, trouxe perdas de R$ 2,6 bi quando a moeda americana veio a disparar no segundo semestre do ano passado. Este prejuízo a enfraqueceu e a união com a Perdigão se tornou possível.

Esta operação de fusão dá origem a um gigante mundial no setor de alimentos, a Brazil Food – BRF – que já nasce como a terceira maior exportadora do país. A nova companhia terá mais de 30% do abate nacional de aves e suínos. No varejo, terá mais de 60% no mercado de margarinas, 57% em industrializados de carne, 68% em pizzas e 88% em massas prontas. Surgem daí, questões sobre o alcance de seu poder no mercado interno, como por exemplo, o esmagamento da concorrência.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Imposto Sobre Poupança

O Ministério da Fazenda poderá divulgar hoje as mudanças previstas sobre a nova remuneração do mais popular instrumento de investimento do país, a caderneta de poupança. A decisão do governo pela cobrança de IR – Imposto de Renda – nas aplicações em poupança começa em 2010. A priori, devem ser taxadas as contas com depósitos superiores a R$ 50 mil. Se prevalecer este limite, 99% dos aplicadores estariam isentos de tributação. A realidade é que a equipe de Lula é favorável a uma mudança definitiva nas regras da poupança. Seus técnicos preferiam acabar de vez com os juros tabelados em 6% anuais.

O governo avalia que a solução que sua equipe propusera seria inviável, pois em razão da proximidade de ano eleitoral, este ato daria discurso contra a oposição. A intenção do presidente é de não mudar a regra para um percentual significativo de mais de 90% dos poupadores.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Pior Da Crise Já Passou?

A primeira semana do mês de Maio ficou marcada pela euforia no mercado brasileiro de ações. A Bovespa já acumula alta de mais de 36% em 2009 ultrapassando a casa dos 50 mil pontos, além de reduzir as perdas em 12 meses em mais de 26%. As duas principais empresas do mercado brasileiro, Petrobras e Vale que respondem sozinhas por 37% do índice Bovespa, tiveram forte recuperação nos últimos meses. As ações ordinárias da Petrobras chegam a acumular alta no ano em mais de 50%. Fica a incógnita da sustentabilidade da alta de preços das ações com essa “euforia” de que o pior da crise já passou.

As boas perspectivas de início de recuperação da economia norte-americana somado com uma forte entrada de recursos no mercado doméstico contribuíram para a valorização do real ante o dólar na primeira semana de Maio. A moeda norte-americana fechou a semana cotada a R$ 2,068 registrando no acumulado do ano uma desvalorização em mais de 11%.

Os dados positivos da primeira semana de Maio, tirando por base a Bovespa, já que este é considerado o “termômetro” da economia, pode passar a impressão de que o pior da crise já passou, mas é preciso ter cautela com este otimismo exagerado e para muitos analistas ainda é cedo para dizer se a crise acabou.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Bancos públicos X Bancos privados

Em recente matéria do Jornal Valor Econômico (27 de abril) foi divulgado que os bancos públicos superaram os privados na qualidade da carteira de crédito, ou seja, por incrível que pareça, os públicos estão com uma “clientela” mais segura que os bancos privados em plena crise econômica.

A atribuição de incrível pode ser justificada por dois fatores: a política de expansão de crédito por parte do Governo para enfrentar a crise e a própria crise com aumento sucessivo de demissões que acabam corroborando para aumento de inadimplência.

Em meio a crise, os bancos, tanto os públicos como os privados, tendem se proteger da inadimplência com aumento de restrições. Entretanto, os bancos públicos tiveram de atender as exigências do Governo, reduzindo os juros e diminuindo algumas restrições, com isso aumentaram seus empréstimos mesmo em momento bastante adverso.

De acordo a matéria, os bancos públicos aumentaram os empréstimos em 18,3% enquanto os privados elevaram para apenas 1,5% isso no período de setembro do ano passado pra cá. Contudo os empréstimos dos bancos públicos com nível de risco de AA a C, considerados de curso normal (com atraso abaixo de 60 dias), equivaliam a 91,3% da carteira em março deste ano, ante 91,4% em setembro, e 90,4% em março de 2008.
Já os Privados este índice era de 93,1% em março do ano passado, marcava 93,4% em setembro, e caiu para 90,6% no mês passado.

Isso surpreende aqueles que alegavam que o Governo estava comprometendo a gestão de riscos dos bancos públicos podendo submetê-los a aumento considerável de inadimplência, um dos fatos mais notórios da exigência do governo para a expansão do crédito, foi aquele que culminou com a exoneração do Presidente do Banco Brasil que relutava em reduzir os juros do banco.

Esperamos que os bancos públicos continuem aumentando os empréstimos de forma segura e responsável, para que facilite a saída do país da crise.

Projeções para 2009

As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central elevaram a projeção para a inflação oficial deste ano. Agora, conforme o Relatório Focus do dia 24 de Abril, a expectativa é de que o IPCA feche em 4,30% em 2009. No documento passado, a perspectiva era de alta de 4,23%. De qualquer maneira, o indicador continua afastado do centro da meta de inflação estipulada pelo governo, de 4,5%. Para 2010, a previsão é de IPCA em 4,30%.
Consta ainda do Relatório Focus, a perspectiva de IGP-DI de 2,05% em 2009, abaixo dos 3,16% previstos há quatro semanas. No IGP-M, a projeção é de acréscimo de 1,99% neste ano contra 3,17% contemplados no relatório há quatro semanas. O IPC-Fipe deve avançar 4,35%.

Já foi constatado há semanas que o mercado já acredita que a economia brasileira irá se retrair neste ano. A mediana das projeções colhidas apresenta valor negativo de 0,39% para a variação do PIB em 2009. A projeção sobre o comportamento do PIB se deteriorou devido a uma visão cada vez mais pessimista sobre o desempenho da indústria. Podemos constatar também no relatório essa piora referente à variação negativa de 4% para a produção industrial, ante uma variação negativa de 2,74% há quatro semanas. Para 2010, o mercado manteve a expectativa de crescimento real de 3,5% para o PIB e de 4% para o setor industrial.

A mediana das projeções relativas à balança comercial do país melhorou e agora aponta saldo positivo de US$ 16 bilhões se comparado há quatro semanas. Para 2010, a expectativa é um saldo de US$ 15 bilhões, que é inferior ao deste ano, mas superior ao que era previsto na versão anterior da pesquisa, de US$ 14 bilhões. A previsão de ingresso de investimentos estrangeiros diretos foi mantida em US$ 22 bilhões para 2009 e US$ 25 bilhões para 2010. Ainda segundo as novas projeções, o resultado das transações correntes do Brasil com o exterior será deficitário neste e no próximo ano, respectivamente, em US$ 19,50 bilhões e US$ 23,55 bilhões.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Redução do Preço da Gasolina... Há Espaço?

O preço da gasolina no país está praticamente congelado há quatro anos, mesmo com a alta expressiva no preço do barril do petróleo verificado até o início da crise internacional. Muitos questionam sobre a existência ou não de uma possibilidade de redução no preço da gasolina nas bombas, dado que o preço do petróleo no mercado caiu significativamente.

A Petrobras não disponibiliza de uma fórmula fixa para definir o preço do combustível, existem contratos e indicadores externos que os orientam. Algumas variáveis como: o preço do petróleo no mercado internacional, a projeção do preço futuro para os próximos três a seis meses, a variação da taxa de cambio e o custo dos combustíveis alternativos, entre outros componentes, são tomados como base.

Sabe-se que a margem de lucro das distribuidoras e os altos tributos são os dois fatores que encarece o produto para o consumidor. Atualmente, o barril gira em torno de US$ 50,00 e ainda não há um processo de estabilização dos preços internacionais. A firma ainda obtém planos de investimentos para os próximos anos, que visa a construção de novas refinarias e a exploração do chamado pré-sal, ou seja, há uma tendência de elevação no endividamento da empresa. A política da empresa para reajustes dos preços dos combustíveis não transfere a alta volatilidade dos preços internacionais para o mercado interno no curto prazo, isso explica o não aumento da gasolina quando o barril atingiu patamares próximos de US$ 150. A verdade é que a Petrobras dispõe de planos ambiciosos e necessita dessa receita. A única certeza é de que no curto prazo não haverá uma queda expressiva do preço da gasolina, talvez a abertura de uma possibilidade para o segundo semestre.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Inflação em queda

A inflação oficial, mensurada pelo IPCA-Índice de Preços ao Consumidor Amplo, apresentou no mês de março uma variação de 0,20%, ante os 0,55% do mês de fevereiro. O referido índice abrange as famílias de rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos que residem nas principais regiões metropolitanas do país.
A redução da inflação pode ser atribuída ao reflexo da crise econômica, que gerou um desaquecimento da economia. Entre os fatores que contribuíram para tal, pode-se destacar o aumento do desemprego, a precaução em relação aos gastos que as famílias tem em momentos de crise, além da contração do crédito que onera o consumo.
Vale salientar, que esta redução corrobora para as criticas em relação a redução tardia e ínfima da taxa de juros por parte do Banco Cental, uma vez que, o mesmo deveria ter feito cortes mais expressivos em momentos anteriores ao pico da crise, entretanto, optou por uma posição conservadora, temendo uma aceleração inflacionária.
O importante agora é que o Banco Central faça reduções mais expressivas para facilitar o acesso ao crédito e conseqüentemente reaquecer a nossa economia.
Na tabela abaixo, divulgada pelo IBGE, apresenta as variações dos grupos pesquisados.

Comportamento Industrial

Em fevereiro a indústria brasileira teve um crescimento de 1,8% em relação a Janeiro, entretanto, quando comparado ao mesmo período do ano anterior ,tivemos uma expressiva redução de 17,0%, conforme os dados divulgados recentemente pelo IBGE sobre a conjuntura industrial. Nove dos 14 locais pesquisados apresentaram crescimento em relação a janeiro, com destaque para Bahia (13,7%); Espírito Santo (8,3%);Minas Gerais (5,7%) e Paraná (5,7%). Comparado a Fevereiro de 2008, apenas o estado Paraná manteve uma taxa positiva de crescimento industrial. No geral, o Brasil apresentou um crescimento de 1,8% em relação a Janeiro, mas em comparação ao mesmo período do ano anterior tivemos uma redução de 17,0%. Os dados evidenciam os efeitos da crise sobre indústria, que segundo alguns analistas de mercado, tenderá a se recuperar a partir do segundo semestre deste ano.




quarta-feira, 1 de abril de 2009

Queda de Juro x Ações

Com a estimativa de queda da taxa Selic e, conseqüentemente, queda do juro real, passar a apostar na renda variável passa a ser um marco ideal para o investidor neste ano. A expectativa de mercado segundo relatório Focus do BACEN desta semana é de Selic a 9,25% a.a. para 2009. Com o cenário de queda de juro, investir em renda fixa não seria tão atraente, dado que a expectativa de retorno seria bem aquém do esperado para o mercado de renda variável no longo prazo.

Para se ter ideia, o principal índice da bolsa de valores, o Ibovespa, obteve alta de 8,99% só em março, em que obtendo ganho de 7,18% obtivera assim o melhor desempenho mensal desde Abril de 2008. Já o CDI, que é o indexador das aplicações de renda fixa, teve variação de 2,88% no acumulado do trimestre. A poupança que passara a ser cobiçada rendeu 1,89% no acumulado do ano, sendo 0,64% em março. A bolsa de valores vem numa oscilação ferrenha desde o início do ano: em janeiro, o índice subiu 4,66%; em fevereiro obtivera queda de 2,84%; em março se recuperou, refletindo o comportamento dos mercados lá fora, que responderam positivamente ao plano do presidente americano de comprar ativos tóxicos dos bancos.

A verdade é que há oportunidades no mercado de ações. Essa é uma ótima hora para o investidor fazer uma posição em bolsa. Os preços das ações estão bastante atrativos em uma visão de médio e longo prazo. Num período superior a 12 meses, a bolsa tende a ter um rendimento acima da taxa de juros.

segunda-feira, 30 de março de 2009

IPI Reduzido Reativa Vendas de Veículos

As vendas de veículos neste trimestre ficarão acima das registradas no mesmo período do ano passado. Do início de janeiro até o dia 25 deste mês foram vendidos no país 606,7 mil veículos, representando 2,8% na comparação com igual período de 2008. Se a média de vendas diárias mantiver até o final deste mês, uma projeção modesta indica que o trimestre encerrará com pelo menos 653 mil veículos vendidos. Para se ter uma ideia, nos primeiros três meses de 2008, o volume somou 647,9 mil unidades.

Muitos consumidores não arriscaram contar com a prorrogação do IPI reduzido que, a priori, valerá até o dia 31 deste mês, e efetivaram suas compras. Dado que a estimativa de vendas foi excelente no mercado doméstico, o governo já estuda prorrogar o prazo de redução do IPI, garantindo empregos no setor automobilístico. Em dezembro, os estoques passavam das 305 mil unidades, o que equivale dizer que a indústria poderia vender sem produzir por mais de 50 dias. Hoje, este número gira em torno de 175 mil unidades, equivalendo a 20 dias de vendas, por isso muitas firmas já estão antecipando a volta de empregados que estavam em casa ou em licença remunerada. Então, a redução do IPI foi uma medida positiva para o país reativar a venda de carros, fazendo com que algumas empresas como a Ford, por exemplo, ampliassem sua participação no mercado. Assim, nosso país vai contornando a crise.

quarta-feira, 25 de março de 2009

"Minha Casa, Minha Vida"

O presidente Lula e ministros da área econômica lançam hoje um plano habitacional voltado para famílias com renda até 10 salários mínimos. O programa prever a construção de 1 milhão de moradias populares e terá recursos estimados no valor de R$ 34 bilhões, entrando em operação na quinzena da Abril.

Serão R$ 16 bilhões em subsídios com recursos da União e do FGTS. A estimativa é de construção de 400 mil moradias para a faixa de até 3 salários mínimos, 200 mil unidades para a renda entre 3 e 4 salários mínimos, 100 mil moradias para a renda entre 4 e 5 salários mínimos, outras 100 mil unidades para 5 e 6 salários mínimos e 200 mil moradias para 6 a 10 salários mínimos.

Segundo o governo, o Brasil tem um déficit habitacional de 7,2 milhões de moradias, sendo 91% concentrada na faixa de zero a 3 salários mínimos. A maior carência está na região Sudeste, com 36,4% do déficit. O governo federal conta com a adesão do governos regionais ao programa, prevendo a assinatura de adesão com a CEF para desoneração fiscal, doação de terrenos, redução de burocracia, dentre outros.

Este pacote habitacional é importante à medida que passará a gerar milhões de empregos no país, em momento de crise mundial e, conseqüentemente, aumento de desemprego no mundo todo. A verdade é que haverá uma enxurrada de críticas já que muitos consideram e analisam como sendo um plano eleitoreiro, ademais, um pacote entregue para a ministra Dilma se fortalecer.

quinta-feira, 19 de março de 2009

E a agora José?

O Governo pretende mudar os cálculos de rentabilidade da poupança, tendo em vista, que os recentes e os próximos cortes nas taxas juros, façam com que a taxa SELIC,hoje, no patamar de 11,25% ao ano, fique em torno 9,75%, assim as aplicações em títulos públicos se tornariam menos atrativas que a poupança. Dessa forma, pode haver um forte deslocamento de investimentos dessa modalidade para a tradicional poupança, que por lei, assegura uma rentabilidade de 6% + Taxa referencial-TR ao ano.

No fim dos cálculos, considerando uma projeção em torno dos 9% para a SELIC, o investidor que optar por fundos de investimentos, por exemplo, onde os rendimentos são oriundos da variação da referida taxa, seu retorno seria menor do que a poupança nas circunstâncias atuais. Isso porque os fundos, ainda, pagam taxas administrativas e imposto de renda de até 2%, enquanto a poupança é isenta.

Nesse contexto, a oferta crédito do país poderia ser prejudicada, uma vez que, os fundos de investimento são a principal fonte para empréstimos bancários, além de gerar receitas aos cofres públicos através do imposto de renda.

Para agravar, ainda mais, do ponto vista econômico, como 65% dos recursos da poupança são obrigatoriamente utilizados para financiamentos habitacionais, que de são de longo prazo, dessa forma, grande parte do volume dos recursos retornariam, via compulsório, ao Banco Central, pois os bancos têm preferência por trabalhar com crédito com captação gerada em um curto prazo ao contrário dos financiamentos habitacionais.

Do ponto de vista social, com a maior atratividade da poupança poderíamos ter uma maior volume de crédito disponível para habitação, uma poderosa ferramenta para suprir um déficit habitacional brasileiro, que hoje encontra-se, segundo o IBGE, em torno de 8 milhões de unidades.

Dentre as principais alternativas estudadas pelo Governo, está entre vincular a renumeração da poupança a Selic ou mexer na TR.



quarta-feira, 11 de março de 2009

O Dia D

Em palestra recente, Mário Tóros, diretor de política monetária do BC, apresentou um levantamento realizado sobre o comportamento da produção industrial e a inflação em 13 países desenvolvidos e emergentes a partir de Setembro de 2008. A regra geral foi a forte contração na produção industrial, mas nem todas as economias tiveram queda proporcional da inflação. Percebe-se no estudo concretizado que os EUA, por exemplo, obtivera queda na produção industrial de 10% em Dezembro, quando comparado ao mesmo mês do ano anterior e a inflação acumulada em 12 meses passou de 4,9% para ZERO entre Setembro e Janeiro, ou seja, é perceptível a reação rápida dos preços.

Em relação ao Brasil, apesar da forte desaceleração econômica, a redução da inflação não se deu de uma forma expressiva. A conclusão apresentada por Tóros foi que a principal diferença entre um grupo de países e outro é a flexibilidade de preços. Países com preços mais flexíveis, como os EUA, respondem mais rapidamente à desaceleração econômica. Em países com preços mais rígidos, caso do Brasil, os preços demoram mais para cair.

“A apresentação feita por Tóros faz parte de um esforço feito pela diretoria colegiada do BC para mostrar que, na crise mundial, as economias não apresentam um padrão único – por isso as respostas de política econômica, sobretudo medidas monetárias, não devem ter necessariamente mesma direção e intensidade.”

Então, pode-se concluir que no Brasil ainda há uma grande persistência inflacionária, logo não podemos esquecer-nos de alertar para o risco de repasse da depreciação cambial para a inflação.

A apresentação deste estudo na semana que antecede a reunião do COPOM, dado a característica conservadora do BC, poderia vir a comprometer na dosagem da redução da taxa SELIC. Sabe-se que o objetivo principal da política monetária deve ser a obtenção e a manutenção da estabilidade de preços, em que a estratégia principal é antecipar-se a quaisquer pressões inflacionárias futuras, até aqui tudo bem. Mas, outras variáveis importantes como nível de atividade, economia internacional, mercado monetário, dentre outros, convergem para uma situação desfavorável abrindo espaço para uma redução significativa da taxa SELIC. É verdade que o BC está preocupado com a lenta queda da inflação, mas isso não será empecilho para uma redução mais elevada da SELIC, afinal a pressão externa é notória.

A reunião do COPOM teve início na tarde de ontem deverá na tarde de hoje divulgar o novo valor da SELIC. O encontro acontece sob um clima pesado, e como já mencionado acima vários fatores aumentam as pressões sobre o comitê. Em suma a indústria não se recuperou em Janeiro com a determinação imaginada; os estímulos até agora dados pelo governo não têm produzido resultados muito positivos; a reunião anterior do COPOM ocorreu antes da posse de Obama, ou seja, o governo brasileiro depositava no plano de Obama esperança de rápida resolução da crise, o que até agora não veio. A maioria dos analistas de mercado defendem um corte percentual de 1 ponto na SELIC, mas diante dos resultados da estimativa do PIB, Inflação divulgados no relatório Focus desta semana, além do resultado do quarto trimestre de 2008 divulgado nesta Segunda, tem economista mais ousado acreditando numa redução de 2 pontos.

terça-feira, 10 de março de 2009

PIB cresce 5,1% mas...

O crescimento da economia, mensurado pelo PIB, foi de 5,1% em relação a 2007, representando em valores, cerca de R$ 2,9 trilhões. No entanto, apesar do crescimento, as noticias são quase que apocalípticas, pois no quarto trimestre houve um recuo de 3,6%,ante o crescimento dos três primeiros trimestres: 1,6%; 1,6% e 1,7% respectivamente. Essa retração foi a maior desde que a série foi iniciada em 1996 e bem acima do que previam muitos analistas (2,3%), resultado do ápice da turbulência financeira que ganhou amplitude em 2008.

Para ter idéia da magnitude, no âmbito setorial, no quarto trimestre a retração para Indústria foi de (-7,4%), seguida pela Agropecuária (-0,5%) e pelos Serviços (-0,4%).Entre os componentes da demanda interna, a Formação Bruta de Capital Fixo, que representa a ampliação da capacidade produtiva futura de uma economia por meio de investimentos correntes em ativos fixos, teve a maior queda (-9,8%,), o maior recuo da série, seguida pela Despesa de Consumo das Famílias (-2,0%). Já a Despesa de Consumo da Administração Pública teve uma variação de 0,5%. O PIB per capita, que é o resultado do PIB/POPULAÇÃO cresceu 4,0% e alcançou R$ 15.240,00.

Na análise do valor adicionado gerado pelas atividades econômicas, tivemos a Agropecuária com (R$ 163,5 bilhões); Indústria (R$ 682,5 bilhões) e os Serviços (R$ 1.595,0 bilhões). O restante do montante foi gerado através de impostos sobre produtos.

Entre os componentes do PIB pela ótica da demanda, a Despesa de Consumo das Famílias (C) totalizou R$ 1.753,4 bilhões, a Despesa de Consumo da Administração Pública (G) R$ 584,4 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo (I) R$ 548,8 bilhões. O saldo da Balança comercial (X-M), para X=exportações e M=importações, ficou superavitária em R$ 4,8 bilhões e a Variação de Estoques foi negativa em R$ 1,7 bilhões. Para ter idéia do peso de cada componente desses, basta observar que a equação macroeconômica do PIB é dada por Y(PIB)=C+I+G+(X-M) o gráfico abaixo segue o percentual da participação.


Os dados mencionados acima, referentes ao quarto trimestre, corroboram para uma recessão técnica no primeiro trimestre de 2009, segundo aponta algumas empresas de consultoria que terão que refazer os cálculos, tendo em vista, que as previsões referentes ao quarto trimestre estava abaixo do resultado divulgado pelo IBGE. As previsões para 2009 já eram de baixo crescimento na ordem de 1,0% a 1,5%, agora a tendência é que provavelmente, considerando tudo mais constante, é que entremos em recessão.


Diante do exposto, faz-se necessário, de forma urgente, que o Governo faça gastos estratégicos, e o Banco Central, corte expressivamente as taxas de juros a um patamar conveniente para o retorno dos grandes projetos da iniciativa privada e do consumo das famílias.


OBS: os dados deste comentário são oriundos do sistema de contas trimestrais do IBGE.











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quarta-feira, 4 de março de 2009

Protecionismo

Em um cenário de afogamento das economias reais mundo afora, percebe-se o ressurgimento de idéias econômicas que vinham perdendo força há algum tempo, como o protecionismo. Dado o imbróglio da atual crise de crédito, ocorrera uma onda de defesas análogas com a crise de 1929, em virtude de suas raízes terem sido no sistema financeiro. O que cabe discutir é se medidas protecionistas adotadas por alguns países ajudariam os mesmos a se recuperarem da recessão.

O raciocínio de quem impõe essa idéia é o de que tornando as importações mais caras e difíceis, os produtores domésticos passariam a fabricar os bens antes supridos pelo exterior, criando mais empregos no processo, ainda que com perda de eficiência, pois sabemos que o comércio em pleno funcionamento ao se conquistar mercados mais amplos garantiria ganhos de escala na produção.

Vale ressaltar que o arsenal protecionista se provou uma estratégia falha no passado – pós- crise 1929 – assim cabe aos líderes das grandes economias não repetir os erros anteriores. Os argumentos estariam apenas em pró da defesa no combate ao desemprego no curto prazo, assim deixando de lado a teoria das vantagens comparativas, os ganhos de escala e eficiência, além da ampliação das possibilidades de consumo que uma abertura comercial poderia trazer a um país. Sabe-se que países que comercializam mais com o exterior são mais ricos que os mais fechados, então diante de vários estudos que mostram com certa segurança essa associação do volume de comércio total à maior renda numa economia, seria inviável o ressurgimento do protecionismo nos dias atuais.

segunda-feira, 2 de março de 2009

“Buy American” e o Brasil?

No recente pacote de estímulo à Economia Americana, elaborado pelo Governo Obama e aprovado pelo congresso,consta uma polêmica cláusula chamada Buy American (compre América) que restringe o fornecimento de insumos da siderurgia como o aço, ferro e outras manufaturas para obras públicas apenas a empresas nacionais ou de países com os quais os EUA possuam acordos comerciais específicos como o Canadá, México e a Europa.

A idéia é criar empregos dentro do país e reaquecer os setores em questão, o problema é que países como o Brasil, China, Índia e Rússia que não possuem acordos específicos terão suas exportações afetadas caso a referida cláusula não seja modificada.

No caso do Brasil, que tem produtos siderúrgicos e as manufaturas como os principais componentes da pauta de exportação para o EUA essa cláusula poderá acarretar um eventual descompasso na nossa balança comercial (registro das exportações e importações) além de poder provocar uma crise ao setor, que já vem sofrendo com a redução da demanda global motivada pela crise econômica.

Para se ter idéia, do total exportado em 2008, 20% foram destinados para o mercado americano, segundo os dados da IBS- Instituto Brasileiro de Siderurgia, o que evidencia uma certa relevância do mercado americano para o setor.

Ressalte-se, ainda, que o setor siderúrgico tem importância estratégica em nossa economia pois além de ser fornecedor de insumos para produtos industriais e da construção civil possui elevado estoque de emprego, e medidas como estas, podem acelerar, ainda mais, as demissões em massa que já estão ocorrendo no setor.

Resta agora, esperamos as medidas que o Governo tomará, face a essa medida protecionista do Governo Obama. Uma das que vem sendo cogitadas é a possível contestação junto a OMC-Organização Mundial de Comércio, esperamos que ocorra o mais breve possível e tenha êxito, caso contrário, teremos que criar o nosso “BUY BRASIL”.

O que nos faz mais resistentes?


Recentemente, algumas instituições internacionais como a OCDE[1] e o Banco Mundial, através dos seus respectivos estudos, afirmaram que o Brasil tenderá ter uma maior resistência à crise para 2009 frente aos países ricos e emergentes que compõe a BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

De acordo com a OCDE, que analisou 11 países[2], o Brasil é o único a ter apenas uma desaceleração, declinando 1,1 ponto percentual e com 2,9 pontos percentuais inferior ao nível de atividade observada há um ano, enquanto os demais sofrerão forte desaceleração com eminência de recessão econômica.

Para o Banco Mundial, o Brasil, ao lado do Chile, será o país que menos sentirá os efeitos da crise na América Latina, conforme o discurso da vice-presidente da instituição durante o fórum da Tribuna Ibero-Americana.

Com essas constatações, é natural que muitos questionem porque o Brasil está mais resistente e quais os fatores que contribuíram para essa situação menos onerosa que os demais países.

Então, vejamos 10 motivos que propiciaram essa resistência:

1.Média de crescimento do PIB de 1,6% (1998-2003) para 4,8% (2004-2008).
2.Forte regulação financeira com bancos trabalhando com grau de alavancagem em torno de 6,5 vezes, enquanto bancos americanos como Lehman Brothers trabalhava com cerca de 35 vezes,além ínfimo envolvimento em operações com mercado imobiliário americano.
3.Reservas do Banco Central cerca de US$ 200 bilhões.
4.Diversificação do comércio internacional, tanto na pauta de exportação como no destino.
5.Dinamismo Econômico, ou seja, temos produção de quase tudo.
6.Reservas compulsórias[3] elevadas cerca de 272 bilhões de reais em Set 2008, o possibilita maior confiança no sistema bancário.
7.Mercado interno muito aquecido.
8.Relação dívida/PIB caiu de 47,0%(2004) para 36,0% (2008).
9.Aumento de investimentos estrangeiros diretos de US$ 18,1 bilhões (2004) para US$ 45,1 (2008).
10.Sucessivos saldos positivos na balança comercial.

Com isso, é possível entender, em parte, nossa resistência a toda essa turbulência financeira global e o motivo das constantes conclusões internacionais a cerca de nossa resistência.

[1] Organização para cooperação e o desenvolvimento Econômico
[2] Estados Unidos, Brasil,Canadá, Japão, China, Índia, Rússia, França, Alemanha, Itália e Reino Unido
[3] É a parcela dos depósitos a vista que os bancos comerciais são obrigados legalmente a reter no Banco Central.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Um Abrigo de Ouro

Com a crise de confiança no sistema financeiro global e juros em queda nas nações desenvolvidas, percebe-se um aumento na demanda pelo ouro. Este ativo volta a servir de refúgio para investidores no mundo todo. Já é perceptível um salto na valorização deste ativo, e especialmente no Brasil em 2008, obteve valorização em mais de 30%. Contratos de ouro futuro para Fevereiro de 2010 vêm sendo negociados na casa dos R$ 73,00, uma alta implícita superior a 10% em 12 meses. Alguns analistas de mercado ainda têm dúvidas sobre essa tendência para o ano vigente. Alguns defendem que a valorização dura enquanto a crise internacional durar.

A discussão seria quanto ao “time” de alta deste ativo, dado que alguns analistas acreditam que as medidas adotadas para conter a crise pelos bancos centrais e governos causariam uma reversão da crise no segundo semestre de 2009, assim essa busca de segurança que o ouro tem apresentado perderá motivação e o metal recuaria.

A partir de 2000, o ouro passou a fazer parte no portfólio dos investidores globais representando fatias entre 3% e 5%. Nos últimos seis meses, o ganho real deste ativo chegou a bater a casa dos 42%, superando assim em larga medida o retorno da renda fixa. Pode-se defender que hoje o ouro é a melhor alternativa de preservação de valor, dado que o cenário da crise atual com juros em queda e instituições insolventes contribuiu para elevar a procura pelo ouro.

No Brasil, o ouro é negociado na BM&F em lotes de 250 gramas ou no balcão, por intermédio de casas especializadas, que dispõe de um sistema fracionário em que se pode comprar e vender a partir de cinco gramas pela internet. Vale lembrar para o investidor interessado no ativo que o risco e tributação são de renda variável.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A luta contra a crise

Muito se discute acerca da eficiência e da condução das políticas econômicas vigentes, principalmente em momentos de crise econômica. Na economia, segundo a teoria macroeconômica, as políticas são formuladas para se alcançar quatro metas básicas, são elas: o alto nível de empregos, estabilidade de preços, distribuição de renda e crescimento econômico.
Para alcançar as metas, foram criados instrumentos que dão ao Governo a possibilidade de criar um cenário favorável para alcançá-las. Estes, são conhecidos como instrumentos de política macroeconômica, que se divide em: política fiscal, monetária,cambial e de renda.

O que difere uma política da outra são os mercados em que atuam, além do“Feedback” que podem dar em num dado período de tempo. A divisão dos mercados é a seguinte: mercado de bens e serviços; do trabalho; monetário; títulos e de divisas.

Em momentos de turbulência, como esta, na qual estamos passando, há uma preferência por adotar medidas de cunho monetário, tendo em vista que a mesma é capaz de gerar resultados mais rápidos, pois as decisões de seu âmbito dependem apenas do BACEN (Banco Central) para serem anunciadas.

No caso dessa crise, onde a escassez de crédito gerada pela falta de confiança, põe a economia em eminência de recessão, a política monetária mostra-se como uma ferramenta viável e de certa forma eficiente para o contexto. Através de uma redução na taxa básica de juros (SELIC) e com as reduções dos compulsórios (quantia que os bancos são obrigados a depositarem no BACEN) e a oferta de linhas de crédito para alguns setores, feita recentemente, pode provocar um retorno da oferta de crédito e reaquecer a economia.

Mas a grande questão é até quando se pode usar a política monetária? Nos EUA, com a taxa básica na faixa de 0 a 0,25% a.a, não houve efeitos significativos, encontram-se numa situação que Keynes denominou de armadilha de liquidez, onde a autoridade monetária se vê impedida de usar seus tradicionais instrumentos, pois os mesmos já não surtem efeitos.

No Brasil, apesar do recente uso da política fiscal, no combate à crise, com as reduções na taxa do IR-Imposto de Renda, no IOF-imposto sobre operações financeiras, IPI – imposto sobre produtos industrializados, além de adiar as datas para o pagamento de tributos federais, percebe-se, face as grandes demissões em massa e as medidas tomadas por outros países, que não é o suficiente, para se sair vitorioso nessa luta.

As medidas tomadas até agora podem possibilitar a vitória em alguns “rounds” como numa luta de boxe, mas serão o suficiente para evitar a derrota ou até mesmo o “ nocaute” ?

Fique Por Dentro!

Em tempos de crise econômica é comum escutarmos várias vezes na mídia, terminologias que muitas vezes seu entendimento fica difícil para o grande público. Além disso, há uma notória dificuldade dos meios de comunicação em passar ou explicar alguns acontecimentos relacionados à economia de maneira mais clara e acessível. Nesse contexto, irei tentar preencher essa lacuna, explicando, de forma sucinta, alguns termos e fenômenos que vejo serem freqüentemente mencionados e corriqueiros em nessa crise. Cataloguei alguns, que considero imprescindíveis para entender melhor esse engenhoso mercado financeiro, semana que vem postarei outros.

Derivativo:

É o termo mais mencionado na crise e dito como o vilão, sua acepção está relacionada às operações financeiras, muitas das vezes, bastante complexas, que derivam dos ativos financeiros ou mercadorias (ações,ouro,dólar), daí o nome. São negociados a partir do comportamento do preço ou cotação de um ativo no futuro, ou seja, eu posso realizar uma operação acreditando que em determinada data um ativo valerá “x”, se houver uma valorização deste e se minha operação foi um contrato de venda, por exemplo, irei obter ganhos, caso contrário terei perdas financeiras.

Alavancagem:

A alavancagem consiste no processo de investir acima da nossa capacidade financeira, são usados os mais diversos instrumentos para se alavancar um capital, no entanto, a mais comum e bastante usada por bancos e empresas, é o uso de capital de terceiros. Em suma, eu obtenho um financiamento e através deste eu aumento meus ganhos.

Recessão/Depressão:

A recessão é uma queda acentuada do PIB (Produto Interno Bruto.) por dois ou mais trimestres consecutivos, enquanto a depressão, que é mais grave, está relacionada com aspectos mais amplos, como níveis de emprego, produção industrial, rendimento real, crédito disponível etc. Uma das mais graves que tivemos na história econômica foi a 1929 nos EUA.

Securitização:

Consiste em lançar títulos com determinada garantia de pagamento. Normalmente esses títulos são lastreados e um ativo ou numa carteira de ativos. Na verdade, é um processo de reprodução de títulos.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Depreciação do Real x Inflação

À medida que a crise no sistema financeiro se arrasta, as dúvidas quanto às conseqüências na atividade econômica aumentam. Apesar da visível desaceleração da produção e da consolidação dos processos recessivos nas economias desenvolvidas, há incerteza sobre o alcance de seus efeitos nos países emergentes. É necessária uma atenção e cuidado especial aos desdobramentos da depreciação do real, cuja taxa de câmbio com o dólar é estratégica ao Brasil em vários aspectos, como exemplo a balança de pagamentos, formação de preços ao consumidor, dentre outros. O país já vivenciou por três momentos de depreciação acelerada, desde a mudança do regime de câmbio fixo.

Em Setembro de 2008, com o estouro da crise do subprime, ocorreu uma nova mudança no patamar do câmbio que passara de R$1,60, depois de um longo processo de revalorização, para a faixa próxima de R$2,40 que prevaleceu até Dezembro. Sabe-se que as raízes deste processo estão todas no exterior e atingira o país em um momento em que a Economia estava em crescimento acelerado. Uma variação superior a 45% em menos de 100 dias.

Até que ponto vai o repasse das altas do dólar para os preços dos produtos finais? Essa é uma questão essencial e crucial para balizar a condução da política monetária pelo Copom. Alguns economistas defendem que será inevitável o repasse da alta do dólar para os preços finais em algumas cadeias produtivas, dado que acarretaria em uma onda de pressão de custos para alguns segmentos. A priori, tal visão é aparentemente natural, assim existindo nos próximos meses uma ameaça inflacionária que se transformaria em índices crescentes, exigindo sua contenção com o uso do instrumento clássico dos juros para impedir que as altas coloquem em risco a estabilidade de preços. Desta vez, os efeitos da desvalorização sobre os índices de preços são muito mais amenos, analisemos.

O IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) é composto pela média ponderada do IPA-M (Índice de Preços do Atacado), com 60% de peso; do IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor), com 30%, e do INCC-M (Índice Nacional da Construção Civil), com 10%. A força da propagação da depreciação na formação de preços dos produtos que estão sendo fabricados se descobre pelo comportamento do IPA-M. Percebe-se que no resultado de dezembro, o IPA-M apresentou recuo de 0,42%, após ter subido 0,30%, em novembro. Conclui-se que não há pressão inflacionária no atacado.

Podemos afirmar que não existe uma onda inflacionária em formação. Pelo contrário, no geral os custos da indústria estão em desaceleração. Podemos ainda complementar que a desvalorização acelerada do real esta sendo compensada pelo comportamento das cotações das commodities, que seguem em sentido oposto ao dólar, assim amortecendo seu impacto.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Juros Exorbitantes, até quando?

Acirra-se a discussão sobre os elevadíssimos “spreads” cobrados pelo sistema bancário em geral e pelos bancos públicos federais, em particular. A partir da última quinta-feira (5/FEV), o BACEN passou a divulgar tabelas com as taxas de juros cobradas pelos bancos no cheque especial, crédito pessoal, financiamento de veículos e aquisição de outros bens, além de taxas específicas para pessoa jurídica.

No universo de 35 instituições, os juros do cheque especial para pessoa física, por exemplo, variaram de 1,97% ao mês no Banco Cruzeiro do Sul a 10,13% ao mês no banco Schahin. No BB a taxa é de 8,04%; Na CEF, 6,78%; no Itaú, de 8,58% e 8,77% no Bradesco. Nos empréstimos para capital de giro prefixado, numa tabela com 70 bancos, a menor taxa é de 1% ao mês no Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo. A maior é de 5,48% ao mês no banco CR2. O Banco do Brasil cobra 2,74%; a CEF, 2,17%; o Itaú, 2,88% e o Bradesco, 3,56%.

Para se ter uma idéia o Banco do Brasil, por exemplo, antes da crise operava com spreads de 1 dígito, hoje cobram juros de 58% ao ano para os empréstimos a pessoa física e 30,7% para as pessoas jurídicas. A irritação é perceptível em alguns ministros, além do presidente Lula, sobretudo com o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, em relação à elevação dos spreads cobrados após o agravamento da crise financeira internacional e a conseqüente contração do crédito. A corporação do BB que resiste em reduzir os juros está preocupada com o fato de essa medida reduzir a lucratividade da instituição, o que afetaria os acionistas.

A iniciativa do BACEN em divulgar os juros cobrados pelas instituições financeiras no país tem o objetivo de acirrar a concorrência entre estas instituições, contribuindo assim para a redução destas taxas, à medida que se torna acessível e de fácil acesso à população. Afinal, o governo quer que os bancos públicos operem com juros menores para forçar os privados a fazerem o mesmo. Nas próximas semanas, BB e CEF deverão anunciar uma rodada de redução em suas taxas.